O efeito sanfona é uma realidade que muitas pessoas que tentam emagrecer enfrentam. Conhecido também como “efeito rebote” ou “efeito ioiô”, ele consiste em uma flutuação constante de peso, que alterna entre períodos de ganho de peso e períodos de perda de peso – isso de forma repetitiva, como um ciclo vicioso.
Esse ciclo envolve emagrecer de maneira rápida e muitas vezes extrema, seguido por um retorno gradual ou repentino ao peso anterior, ou até mesmo um ganho de peso adicional.
O que causa o efeito sanfona?
O efeito sanfona acontece quando as abordagens de perda de peso são extremamente restritivas, levando a uma série de respostas físicas, metabólicas e psicológicas que acabam tendo o efeito contrário do desejado e dificultam a manutenção do peso perdido.
Assim, na maioria dos casos, o efeito sanfona é resultado de dietas muitos restritivas em calorias ou nutrientes, e que cortam algum grupo alimentar, como o carboidrato. Acontece que quando o corpo é submetido a uma redução tão drástica de calorias, ele responde diminuindo o metabolismo, que acaba ficando mais lento para armazenar mais energia.
Esse quadro até pode levar a uma perda inicial de peso, mas também pode resultar em perda de massa muscular. E, quando a massa muscular diminui, acontece o mesmo com o metabolismo, tornando mais difícil manter a perda de peso a longo prazo.
Então, quando a dieta termina, ou porque o peso desejado é atingido ou por desistência, é comum a pessoa passar a consumir mais calorias. Mas, com o metabolismo mais lento, as calorias acabam virando gordura no corpo.
Em muitos casos, o efeito sanfona está ligado também a padrões alimentares extremos. Então, se de um lado existe as dietas restritivas, de outro há episódios de compulsão alimentar. Esses episódios de excessos podem ocorrer devido à privação anterior, desencadeando um ciclo prejudicial.
Malefícios do efeito sanfona à saúde
Esse ciclo de perda e ganho de peso pode ter consequências para a saúde. O prejuízo ao funcionamento do metabolismo e a perda de massa muscular, como já mencionado, são alguns malefícios que o organismo enfrenta devido ao efeito sanfona.
Mas, há ainda a possibilidade de causar desequilíbrios hormonais, afetando hormônios que controlam o apetite e a saciedade, o que pode levar a um aumento do apetite e à dificuldade em controlar as porções alimentares.
As flutuações constantes de peso podem ter efeitos negativos também sobre o sistema cardiovascular, aumentando o risco de doenças cardíacas, hipertensão e outros problemas relacionados. E não é só isso! O efeito sanfona está associado a um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 e resistência à insulina, uma vez que as flutuações de peso podem prejudicar a regulação do açúcar no sangue.
A saúde mental também pode ser abalada. Afinal, o ciclo de perder e ganhar peso repetidamente pode ter um impacto emocional significativo, levando a um sentimento de frustração, baixa autoestima, ansiedade e até distúrbios alimentares.
Como evitar o efeito sanfona?
Evitar o efeito sanfona requer uma abordagem equilibrada e sustentável em relação à perda de peso e à manutenção da saúde. Para isso, o primeiro passo é definir metas que sejam alcançáveis e sustentáveis a longo prazo.
Assim, o ideal é optar por uma dieta equilibrada que inclua uma variedade de alimentos nutritivos, como frutas, legumes, proteínas magras, grãos integrais e gorduras saudáveis; e evitar dietas da moda ou extremamente restritivas.
Além disso, planejar as refeições com antecedência para não tomar decisões impulsivas de última hora é importante. Ter opções saudáveis disponíveis reduz a tentação de comer alimentos não tão nutritivos. É essencial também prestar atenção aos sinais de fome e saciedade do seu corpo.
A prática de atividade física constante também é primordial. Por isso, é preciso escolher exercícios que você goste e que possa manter a longo prazo. O exercício não apenas ajuda na perda de peso, mas também na manutenção da saúde geral.
O acompanhamento com um nutrólogo também é importante para criar um plano personalizado que atenda às necessidades e objetivos individuais.
Acompanhe o seu progresso de maneira realista e consistente, mas não deixe que a balança seja a única medida do seu sucesso.